domingo, 25 de setembro de 2011

A união se faz em Penedo

Escrito por: Mario Barbosa – 25/09/2011

Antes de começar a viagem a Penedo, eu me empolgava aos poucos com a oportunidade de poder conhecer e interagir mais com o grupo do curso. Mesmo com alguns resmungos meus no twitter e a preguiça que geralmente me domina nas manhãs de sábado, decidi ir.

O dia começou legal, um grupo de 20 pessoas no SESC esperando nossa odisséia, um básico atraso e uma ótima exposição de bordados, já fez com que o grupo fosse se conectando e até mesmo discutindo sobre as atividades passadas. Tive que me identificar várias vezes e até mesmo contar a origem do MarioMyu.

Já no ônibus, fomos nos agrupando e falando sobre amenidades e gostos, a passagem ainda urbana mostrava toda sua força carregada de barulho, carros, trânsito, mas aos poucos isso ia se tornando escasso. Tudo começava a ser tomado pelo verde das plantações de cana e calmaria.

O nosso ônibus não agüentou tanta empolgação, sim eu estou fantasiando aqui, que acabou quebrando, mas por incrível que pareça foi até bem legal. Em meio ao sol, uma brisa nos confortava e o papo rolou solto com direito até a cana descascada na hora. O novo transporte chegou e mesmo não tendo todo o conforto do primeiro foi nele em que nos aconchegamos e demos continuidade à jornada.

As ladeiras de Penedo nos receberam bem na hora do almoço, uma boa olhada na imensidão do São Francisco e todos os pensamentos negativos sobre a viagem caíram por terra. Depois de um reforçado e demorado almoço saímos para explorar a cidade.

A arquitetura me conquistou. Tudo era tão colonial e bonito, quem diria que tamanha beleza e riqueza histórica estariam escondidas em Alagoas. Vimos o poder da Igreja espalhado por todo lugar, até aprendi que na minha casa vou ter eira, beira e tri beira.

No teatro, fomos bem recebidos e foi lá em que aconteceu o ápice da viagem. Entrar naquele pequeno ambiente, que foi se enchendo de vida a cada novo integrante do grupo que subia naquele palco, era uma espécie de calor e felicidade que me preenchia e ali eu pude sentir uma fração do que os atores sentem ao se apresentar.

Naquele palco, Penedo se tornou especial para mim.

Por mais Igrejas passamos, lotadas de suas figuras de expressões sofridas e tão realistas. Voltamos para ao começo do passeio, de frente ao São Francisco, admirando aquela imensidão de água escura.

Dentro do ônibus, o papo continuou sem pausa, cansaço não existia e a viagem até Maceió passou rápido. Chegando a cidade, nos despedimos. Alguns foram para casa e outros foram curtir o resto da noite, para comemorar a beleza e união que foi formada entre as ruas e ladeiras de Penedo.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Chinesa

Escrito por: Mario Barbosa – 11/08/2011

Era um dia comum, acordando tarde depois de uma cansativa noite de encontros onlines, sem ninguém e uma preguiça que me impossibilitava de levantar e ir até a cozinha pegar um copo de água, o que diria cozinhar. Meu estômago gritava por comida, minha ultima refeição tinha sido no comecinho da noite anterior.

Ir ao banho era uma necessidade, água fria sempre foi um ótimo despertador para mim, era dessa coragem forçada que eu precisaria para sair de casa e caçar algum restaurante que simpatizasse com minha conta bancária.

Decidi parar no Shopping. Além de varias opções de comida, temos várias opções de pessoas. Comer e paquerar é uma arte sagrada, passada de geração em geração na minha família. No meio de tanto barulho, pessoas, crianças mimadas e perfumes baratos, os aromas das iguarias, ou seriam porcarias, tentavam se sobressair. Qual seria a boa de hoje, McDonald´s? Uma boa massa? Quem sabe até comida regional?

Decidi abandonar todas e partir para uma velha conhecida minha, comida asiática! Para ser mais exato, aquele belo prato de comida chinesa. Entre temperos, vários tipos de arroz e acompanhamentos, eu deixo meu nariz se perder e fazer uma viagem, ao que eu acredito ser a China. De repente tudo se modifica e eu me torno mais asiático do que eu já sou (pelo menos por dentro).

A primeira garfada me acerta em cheio é como se minhas papilas gustativas estivessem em festa. A comida salpicada com molho agridoce assume toda uma nova onda de sabores. Aos poucos vou mexendo no prato e abocanhando outros sabores, o cogumelo suga os líquidos ao seu redor e se transforma numa esponja de sabor, acompanhado da cebola e do brócolis, que me fazem sentir mais saudável.

A cada mexida o prato explodia em cor e sabor, era como se eu estivesse em um daqueles carnavais chineses, cheio de fogos de artifício e com dragões que caminhavam por minha língua e sossegando em meu estômago. Por fim tudo regado a um bom copo de coca-cola que fez seu trabalho, borbulhando e esfriando o calor chinês dentro de mim.

É como meu pai sempre diz “barriga cheia, mão lavada, pé na estrada.”